quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Infância


Algumas vezes penso por um momento o que eu realmente tenho feito. Ainda no amanhecer lembro o dia anterior e tudo o que fiz. Percebo que fiz muita coisa errada, e prometo pra mim mesmo “não o farei de novo”. Mas, isto é insignificante, pois sei que não vou parar. Continuo a cometer os mesmos erros. Parece estranho. Reconheço minhas fraquezas, mas simplesmente não consigo tirá-las do meu caminho. Na primeira oportunidade me vejo em ciladas antes já vividas. Não importa o quanto eu prometo, no fim sempre sou o mesmo. Agora me pergunto como posso mudar? O que me falta para resgatar todos os compromissos firmados várias vezes comigo mesmo? Navego meio dúvidas, e acredito não ser o único com tais aflições. Do dia pelo menos faço uma reflexão. Não importa se tudo é meio absurdo, mas nessa perspectiva busco entender tudo em minha volta. Busco compreender um mundo pequeno, mas repleto de aventuras e desejos estranhos. Tudo é incerto quando não se planeja. Muitas coisas parecem óbvias na medida em que descobrimos do que se tratam. E assim caminhamos lado a lado ora evitando, ora criando problemas. Não somos meros humanos. Somos humanos pela capacidade que temos de refletirmos sobre nossas próprias ações e pensamentos nesse mundo fácil e complicado de se viver. Por fim, lembro de minha infância. Tempo em que não me preocupava muito em tirar conclusões precipitadas. Caso sentisse necessidade de fazer algo, apenas fazia sem pensar duas vezes. Mas agora vejo que as descobertas feitas quando ainda na infância, me ajudam a entender o pouco que sou e o pouco que construí. É triste saber que muitos tenham a juventude plena roubada e estilhaçada por balas perdidas ou por uma felicidade clandestina, artificial. E assim nem ao menos podem segurar uma pequena flor e observá-la os simples traços e cores que refletem a felicidade repartida por todos ao redor. Pois o pensamento não consegue se desvincular das mazelas sofridas. Quando se vive com amor, até mesmo de uma simples flor se retira um sorriso, um pensamento, uma curiosidade. Viva a infância bem vivida.

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