quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O Sertão é um Só


Quem tem a obrigação de acordar de madrugada por volta das quatro horas e olha para o céu estrelado tem o prazer de ver três grandes bolas iluminadas. A maior delas é o planeta Vênus. Brilhante ele capta o olhar de qualquer forma, não tem como passar despercebido. É uma beleza única.

Nesses sertões de dentro há muitas imagens marcantes, só precisamos saber enxergar. A primeira cena é a dos planetas na madrugada. Outra é o sol que esquenta nossas cabeças todos os dias. É certo que ele castiga muita gente, mas com seu belo amanhecer e seu suave entardecer a gente até esquece da pressa do meio dia para escapar de sua fúria.

É importante lembrar a passarada que mesmo perseguida insiste em se manter no território dominado por prédios e pessoas inconscientes dos danos causados a natureza. Uma vez ou outra podemos ver garças deslizando suas asas no turbulento céu.

É impressionante. Aos poucos estamos tomando todos os espaços. Só restam migalhas aos animais. Quando resta. Mas como sempre, há quem consiga se adaptar as rotinas de perseguição e opressões.

O sertão já não é mais o mesmo. Muitas veredas já foram fechadas. O transporte já não é mais o mesmo. A globalização se aplica firme e forte. Nunca sabemos qual será o próximo avanço. Contudo, nenhum avanço é capaz de impedir o sol de brilhar, as aves de voarem, as estrelas de pintarem o céu, as nuvens de secarem.

De repente as águas baixam. E todos ficam a mercê do mesmo destino. A ave que não tem onde morar. Os animais que não tem o que comer. E o homem que não tem água suficiente para suas necessidades básicas.

Isto mostra que todos (animais, aves, homens) seguem o mesmo destino, apesar de acharmos que somos mais inteligentes (o que não parece), tudo está ligado e em um piscar de olhos a vantagem se desfaz.

Bem, é um ciclo. Todos dizem que é um ciclo. Pode ser que em algum lugar desse ciclo nos reconheçamos como uma raça realmente humana e respeitosa para com o ambiente ao seu redor, e principalmente respeitosa a si mesma. O sertão, como enxergamos, é um só.

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