Quem tem a obrigação de acordar
de madrugada por volta das quatro horas e olha para o céu estrelado tem o
prazer de ver três grandes bolas iluminadas. A maior delas é o planeta Vênus.
Brilhante ele capta o olhar de qualquer forma, não tem como passar
despercebido. É uma beleza única.
Nesses sertões de dentro há
muitas imagens marcantes, só precisamos saber enxergar. A primeira cena é a dos
planetas na madrugada. Outra é o sol que esquenta nossas cabeças todos os dias.
É certo que ele castiga muita gente, mas com seu belo amanhecer e seu suave
entardecer a gente até esquece da pressa do meio dia para escapar de sua fúria.
É importante lembrar a passarada
que mesmo perseguida insiste em se manter no território dominado por prédios e
pessoas inconscientes dos danos causados a natureza. Uma vez ou outra podemos
ver garças deslizando suas asas no turbulento céu.
É impressionante. Aos poucos estamos
tomando todos os espaços. Só restam migalhas aos animais. Quando resta. Mas
como sempre, há quem consiga se adaptar as rotinas de perseguição e opressões.
O sertão já não é mais o mesmo. Muitas
veredas já foram fechadas. O transporte já não é mais o mesmo. A globalização
se aplica firme e forte. Nunca sabemos qual será o próximo avanço. Contudo,
nenhum avanço é capaz de impedir o sol de brilhar, as aves de voarem, as
estrelas de pintarem o céu, as nuvens de secarem.
De repente as águas baixam. E
todos ficam a mercê do mesmo destino. A ave que não tem onde morar. Os animais
que não tem o que comer. E o homem que não tem água suficiente para suas
necessidades básicas.
Isto mostra que todos (animais,
aves, homens) seguem o mesmo destino, apesar de acharmos que somos mais
inteligentes (o que não parece), tudo está ligado e em um piscar de olhos a
vantagem se desfaz.
Bem, é um ciclo. Todos dizem que é
um ciclo. Pode ser que em algum lugar desse ciclo nos reconheçamos como uma
raça realmente humana e respeitosa para com o ambiente ao seu redor, e
principalmente respeitosa a si mesma. O sertão, como enxergamos, é um só.







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