quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Fagulhas

A mão que se estende em ajuda é a mesma que aperta o gatilho
O sorriso que acolhe é o mesmo que ironiza
O olhar fraterno é o mesmo que condena
A voz que afaga é a mesma que desestimula
O coração que ama é o mesmo que odeia
O poema que humaniza é o mesmo que traz preconceito
A música que traz paz é a mesma que nos coroe os ouvidos
A palavra amiga também esconde a verdade
A beleza da flor também traz a dor dos espinhos
O muro que protege é o mesmo que cai sobre nós
A fagulha que queima não é maior que o fogo que destrói tudo em volta
O poder que ostenta não traz a totalidade
A mente antes condenada traz o arrependimento
Alguém estendeu uma mão em ajuda
Alguém deu um sorriso acolhedor
Alguém olhou de forma fraterna
A voz afagou
O poema humanizou
A música trouxe paz
A palavra foi amiga e verdadeira
A beleza da flor sem espinhos
Não havia muros, a porta estava aberta
Não havia fagulhas
O poder não tinha importância
E a mente encontrou o que precisava
Amor

Atenção: este texto não deve ser usado sem a aprovação do autor

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