domingo, 3 de outubro de 2010

Migalhas

Na expectativa de um novo começo, na tentativa de uma retomada.
A despeito da harmonia da vida, a linha contínua se desfaz.
No prato só restam migalhas.
O limite entre a cordialidade e o ódio às vezes é um suspiro.
De repente tudo muda e as sombras corroem a mente por dentro,
Os olhos ficam cegos.
A cegueira causada pelo ódio é realmente entorpecente.
No prato só restam migalhas.
É liberada uma sensação de força dobrada.
Nunca se sentiu tão forte e imortal,
Mas o corpo não obedece tudo que a mente ordena.
Paralisado não consegue se recompor.
No seu próprio anseio a sua falha se mostra.
A agonia se estende por alguns minutos.
No prato só restam migalhas.
No princípio só havia riqueza, luxúria e ostentação.
No final, lamentações, desespero e condenação.
No prato só restam migalhas.
E estas mesmas migalhas salvam da fome.
As migalhas que muitos chamam de humildade, respeito, solidariedade, fraternidade... Enriquecem o espírito bem mais do que a ganância que tormenta a mente e o corpo.
É como se fossem drogas te envereda numa vida sem harmonia e sem continuidade.
Pois é das migalhas que se alimenta o espírito e assim o corpo se sente bem.
E estas migalhas podem ser compartilhadas como sementes de esperança.

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