A campanha
reflete o que a política brasileira é: o desrespeito ao sossego das pessoas. Em
qualquer lugar que se vá, é necessária muita paciência com as estrondosas
propagandas de políticos em carros de som.
Nesse período
nossos ouvidos enfrentam o barulho criado pelas propagandas políticas em vias públicas.
Não se consegue mais nem conversar no telefone porque a cada cem metros um
carro de som toma todo o espaço para si e somos obrigados a calar-se para
ouvir, pois se formos competir perderíamos a nossa voz.
Todos os dias
somos obrigados a sofrer agressões devidas o volume dos alto-falantes. Além do
altíssimo volume, somos torturados com as péssimas músicas. Letras sem a mínima
criatividade; rimas supérfluas; enfim, uma tremenda afronta aos nossos ouvidos.
Sinceramente, há
formas mais saudáveis de se fazer campanha. Não creio que carreatas (ou melhor,
buzinadas) ganham eleição, muito menos música engraçadinha (se bem que muita
gente deve votar por causa disso). Política é coisa séria. Mas como no Brasil
as coisas não são levadas a sério há muito tempo, acabamos a mercê de tais
abusos, em que a maioria das pessoas parece aceitar e acaba achando normal. Deixar
tudo como está parece ser o melhor, ou seja, não há ousadia, pois tudo
permanece em ‘ordem e progresso’, basta ligar a TV em qualquer telejornal para
vermos o tamanho do progresso que enfrentamos: violência disparada; corrupção
no congresso; educação e saúde em estado de calamidade etc.
Mas nem tudo
está perdido. Há quem acredite em dias melhores. Melhor que acreditar, há quem
trabalha por dias melhores. É por isso que devemos ter consciência e saber
distinguir em que candidato votar. Sejamos, então, críticos. Desde a música que
o candidato escolhe, até as palavras e as promessas que ele diz no palco.
Bem, desta
forma vamos esperar que tudo corra bem. Mas é triste saber que até lá, nossos
ouvidos serão bombardeados em cada esquina. Pelos menos, ao chegar em casa, escolha
uma música suave para acalmar o espírito.
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